Os professores da Faculdade Evangélica do Paraná – Fepar – decidiram, em assembleia promovida pelo Sinpes (Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana) no último dia 15, por uma mobilização em massa para reverter judicialmente perante a 9ª Vara do Trabalho, a demissão de 135 docentes realizada às vésperas do Natal 2014, sem qualquer tipo de consulta, aviso prévio, nem a negociação que deve preceder despedidas coletivas.
Em juízo, o Sindicato argumenta que o interventor indicado para administrar a crise da instituição no dia 17 de dezembro, não teria, em menos de 24 horas, condições de fazer uma checagem nas finanças da Evangélica, descumprindo, assim, a determinação judicial. A avaliação das contas deveria ter sido feita em conjunto com um representante indicado pela Prefeitura de Curitiba no prazo de 30 dias, para que fosse proposto um plano sério de administração para salvar esta importante instituição de ensino e de saúde. Por isto, o Sinpes sustenta que o administrador indicado deve ser imediatamente destituído de suas funções e suas decisões, invalidadas.
Os próprios documentos juntados pelo interventor no processo para justificar a necessidade de fechamento de sete dos oito cursos da Fepar, contradizem a tese sustentada por ele (conforme pode ser verificado na planilha do orçamento da instituição ao final deste material) já que:
– sinalizam uma previsão para 2015, de um lucro total de quase R$ 15 milhões na integralidade dos cursos;
– identificam os cursos de Medicina, Psicologia e Veterinária como lucrativos;
– apontam para prejuízos nos cursos de Nutrição, Enfermagem, Fisioterapia, Gestão Ambiental e Teologia significativamente inferiores à soma do que sobra nos cursos que dão lucro.
Segundo o Sinpes e os mais de 100 professores e alunos presentes à assembleia, a única forma de salvar a Evangélica e evitar as centenas de ações indenizatórias que poderiam ser ajuizadas por alunos e professores, inclusive com a responsabilização solidária das igrejas associadas da SEB, é a invalidação da determinação para o fechamento dos cursos e da despedida coletiva dos professores.
Para que estas medidas deem certo, é importante que os alunos não se dispersem. Nesse sentido o Sinpes obteve o compromisso do Diretor da Universidade Tuiuti, Professor João Henrique Faryniuk, de que é possível a aceitação de matrículas de alunos da Evangélica transferidos de todos os cursos (apenas o de Gestão Ambiental exige um estudo prévio de viabilidade) até o dia 06 de fevereiro de 2015, “plano B” que não deve ser descartado para a hipótese de insucesso das medidas adotadas.
Com o objetivo de mobilizar a opinião pública, especialmente aqueles setores prejudicados com a supressão da intensa atividade social realizada pelos diversos cursos que se encontram na iminência de extinção, o Sinpes convoca para ato público de mobilização e desagravo, a ser realizado no dia 21 de janeiro, às 11 horas, em frente aos portões da FEPAR, na Rua Padre Anchieta, nº 2770.
Às 12 horas os manifestantes sairão em carreata que se dispersará na Rua Vicente Machado, nas proximidades do Ministério Público do Trabalho, que é o responsável pela ação em que foi designado o precipitado administrador.
SINPES – Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana.
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FAC SIMILE DO DOCUMENTO DE FL. 132, JUNTADO AOS AUTOS PELO ADMINISTRADOR QUANDO SOLICITA AUTORIZAÇÃO PARA O FECHAMENTO DOS CURSOS E DESPEDIDA COLETIVA DE 135 PROFESSORES ( EM ANEXO).
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