Após longas e exaustivas negociações as Diretorias do SINPES (Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana) e do SINEPE (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná) chegaram a um denominador comum na fixação do reajuste salarial dos professores do ensino superior, com efeitos retroativos a fevereiro de 2015.
Os patrões concordaram em reajustar o piso salarial da categoria em 8% e estabelecer reajuste dos que ganham acima do piso em 7,75%, exatamente a média aritmética dos índices defendidos pelas duas partes na negociação.
Isto quer significar que prevaleceu a bandeira desfraldada pelos professores no que se refere ao piso salarial. Já no reajuste dos demais salários, os dois sindicatos fizeram concessões aritmeticamente idênticas, chegando a uma solução salomônica para o impasse.
A perspectiva de recrudescimento da crise econômica, o descontrole do câmbio, a instabilidade política e os modestos reajustes salariais que vêm sendo conseguidos por categorias profissionais combativas foram fatores importantes para que os dirigentes do SINPES agissem de forma cautelosa nesta fase final das negociações. Na mesma semana em que as partes chegaram a um consenso, os empregados dos Correios encerraram uma greve após conseguirem um irrisório reajuste linear de R$150,00 parcelado em duas vezes.
Também pesou na balança das concessões admitidas pelos professores o fato de que o reajuste salarial diferenciado do piso salarial beneficia justamente aqueles docentes com menor poder aquisitivo, como boa parte dos tutores que participam do ensino a distância recebendo remuneração abaixo do piso.
Algumas instituições de ensino superior sequer enquadram estes profissionais como professores. Isto, entretanto, não impede que o SINPES ou o próprio professor exija individualmente, pela via judicial, o reconhecimento de sua condição docente, bem como do recebimento do piso salarial ajustado.
Em termos relativos, o índice ajustado ficou um pouco melhor do que o aplicado aos professores de ensino fundamental e médio. Para uma inflação acumulada de 7,12% nos doze meses que antecedem o reajuste (fevereiro de 2015) obtivemos um reajuste de 7,75%. Eles obtiveram 8% para uma inflação de 7,67%.
As diferenças salariais acumuladas (num patamar de 69,75% dos salários e 72% do piso para os muitos professores que não tiveram qualquer adiantamento) poderão ser pagas em até três parcelas, já a partir do mês que vem, embora tradicionalmente as instituições de ensino façam este pagamento em uma única vez com os salários exigíveis no mês subsequente ao do ajuste.
A aprovação do acordo ainda depende da manifestação da Assembleia Geral, convocada para quarta-feira, 7 de outubro de 2015, às 19h00min na Sala dos Professores da Escola de Direito da PUC/PR, no Prado Velho.
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