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Curitiba, 26 de abril de 2024.
 
SINPES cobra explicações sobre demissão de dezenas de professores na Universidade Positivo

Cerca de 30 professores teriam sido demitidos da Universidade Positivo no mês de abril, segundo denúncia enviada ao SINPES por uma docente que preferiu não se identificar. Entre os profissionais estariam diversos coordenadores de curso. Ainda segundo a denúncia, a UP passará a exigir das coordenações o angariamento de alunos para a abertura de turmas, o que caracteriza claro desvio de função.

O clima nos corredores da Universidade é de tensão. Segundo a professora que entrou em contato com SINPES, Roberto Di Benedetto, Diretor da Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, teria justificado as demissões por conta de uma crise devido ao baixo número de matrículas e também a problemas ligados ao programa Financiamento Estudantil (FIES). Além das demissões, os docentes da UP enfrentam outros problemas como salas superlotadas (com mais de 80 alunos) e os pontos eletrônicos que registram o adicional noturno dos empregados não estariam funcionando regularmente.

Outra denúncia recebida pelo Sinpes reclama da alteração da sistemática de distribuição de aulas na pós-graduação. Inusitados “convites” concebidos para dar aparência de legalidade ao “efeito gangorra” que enseja oscilações frequentes nas cargas horárias dos docentes, acentuam a instabilidade financeira e geram constantes preocupações aos docentes.

Uma professora que prefere não se identificar define o clima que se instaurou na Universidade Positivo “como se todos estivessem em aviso prévio permanente”

Para o presidente do SINPES, Valdyr Perrini, a mercantilização do ensino exacerbada em situações limítrofes como as que se encontram vivendo os professores da Universidade Positivo e das principais instituições de ensino superior do Paraná não guarda correlação com os problemas financeiros invocados. “Em um passado recente, na edição de 18.09.2017 da Gazeta do Povo, Lucas Guimarães, Vice-Presidente do Grupo Positivo, festejou o atingimento do primeiro bilhão de receita anual, anunciando ser o sexto grupo educacional do país. Portanto, essas e outras irregularidades são resultado da falsa sensação de poder ilimitado que se espalha entre os empregadores em geral depois do advento da reforma trabalhista. Lamento a mudança de postura da UP, constatada logo depois que seu idealizador e fundador Oriovisto Guimarães obter uma cadeira no Senado da República”, destaca Perrini.

A Universidade Positivo respondeu ao Sinpes por meio de nota onde destaca que “a Universidade Positivo confirma que houve recentes demissões de docentes, assim como contratações – e que isso faz parte de um movimento acadêmico natural, baseado na adaptação a novas disciplinas, novos cursos e diferentes demandas dos estudantes e do mercado. A instituição reforça que valoriza os profissionais que já fizeram ou ainda fazem parte de seu corpo docente, pois eles são essenciais para cumprir o objetivo de oferecer uma educação de excelência para os estudantes matriculados em cerca de 250 cursos de Graduação, Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado”.

O Sinpes tenta há mais de um mês reunir-se com o Reitor da Universidade Positivo, Professor Pio Martins a fim de debater sobre temas que interessam ao corpo docente dessa instituição de ensino superior.