Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana
Portal do SINPES.
Sejam bem-vindos!
Curitiba, 21 de novembro de 2024.
 
Sinpes cobra a vacinação de docentes do Ensino Superior

18/05/2021

No último dia 11/05 a Divisão de Vigilância do Programa Estadual de Imunização do Estado do Paraná emitiu comunicado sobre a vacinação de trabalhadores da educação. No documento, existe a informação de que trabalhadores do ensino superior não serão vacinados neste momento.

Ao não incluir os trabalhadores do ensino superior na vacinação o governo do Estado do Paraná deixa de fora, neste momento, milhares de pessoas. Em Curitiba e Região Metropolitana atuam cerca de cinco mil docentes e em torno de dois mil auxiliares de administração escolar no âmbito do ensino privado.

São trabalhadores expostos diariamente nas salas de aulas e nas demais dependências das instituições de ensino superior. A volta às aulas presenciais, no chamado ensino híbrido, já é realidade em universidades de Curitiba e Região. Muitos docentes ministram conteúdo em aulas práticas em laboratórios de diversos cursos. Entre eles, os da área de saúde que têm contato diário com vários estudantes dos cursos da área que já trabalham em hospitais, clínicas e unidades de saúde, o que torna extremamente perigoso o retorno das atividades presenciais. Especialmente se considerando que muitos, inclusive, atuam na linha de frente no combate à pandemia da Covid-19, correndo o risco de serem vetores não intencionais do novo coronavírus.

Além disso, a pandemia da covid-19 em Curitiba voltou a ganhar força nas últimas semanas e desta vez chega com mudança no perfil dos casos graves. Dados do monitoramento do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde mostram aumento nos internamentos de doentes mais jovens e queda no número de pacientes com idades mais avançadas em relação ao total de internados.

A proporção de pacientes mais jovens sendo internados para tratamento de casos graves e moderados de covid-19 em Curitiba aumentou. Na última semana de abril, pessoas entre 50 e 59 anos responderam por 31% do total de internamentos, maior índice para esta faixa etária desde o início da pandemia, em março de 2020. Em números absolutos, o aumento de internados por covid nesta faixa de idade (50-59 anos) é ainda maior, de 94 pessoas na primeira semana de fevereiro para 154 na última de abril.

No mês de março o Governo Federal decidiu incluir os profissionais da educação no grupo prioritário para receber a vacina contra a Covid-19. A princípio, os trabalhadores da educação básica seriam os primeiros a serem imunizados. Entretanto, em 14/05 o Ministério da Saúde declarou que deve assegurar vacinas para iniciar a imunização dos profissionais da educação até o dia 15 de junho. O anúncio foi feito pelo secretário-executivo da pasta, Rodrigo Otávio Moreira da Cruz, durante sessão temática do Senado.

Os entes federados têm autonomia para montar seu próprio esquema de vacinação de acordo com as características de sua população, demandas específicas de cada região e doses disponibilizadas. Em São Paulo, por exemplo, o governador de São João Doria anunciou em 24/04 o início da vacinação de profissionais da educação a partir do dia 12 de abril. A primeira etapa da vacinação contemplará 350 mil profissionais, com idade superior a 47 anos. O Estado tem 1 milhão de trabalhadores na Educação.

Daí porque o Sinpes recebeu com surpresa regulamentação no sentido de que trabalhadores do ensino superior não serão contemplados nesse momento com a vacinação, já que as aulas presenciais já voltaram em algumas instituições. Ainda mais se considerando que os Municípios da Região Metropolitana de Curitiba não adotaram, ao que se sabe, medida coerente com essa regulamentação, impedindo o retorno das atividades presenciais no âmbito do ensino superior de seus territórios.

O Sinpes entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura de Curitiba e com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde pedindo um posicionamento sobre a vacinação dos trabalhadores do ensino superior. Até a publicação deste texto nem prefeitura, nem estado haviam respondido.