No último dia 12 de junho a Diretora do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito Empresarial e Cidadania do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba) emitiu uma nota de apoio ao Ministro da Justiça Sergio Moro. A manifestação deu-se logo em seguida à divulgação pelo site “The Intercept” de conversas supostamente impróprias entre Moro, Deltan Dallagnol e outros Procuradores do Ministério Público Federal que atuam ou atuaram na “Operação Lava Jato”. Os diálogos, feitos por meio do aplicativo “Telegram”, aparentemente mostram o atual Ministro da Justiça, que na época era o Juiz Federal encarregado pelos casos envolvendo o ex-presidente Lula, promovendo cooperação informal aparentemente indevida entre órgão julgador e acusador.
A nota emitida pelo PPGD do Unicuritiba declara irrestrita solidariedade a Sergio Moro, que leciona no Programa de Pós-Graduação daquela instituição de ensino, enfatizando que o mesmo teria agido com lisura e imparcialidade.
O Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (Sinpes) reputa precipitado o polêmico posicionamento adotado, antes mesmo que as denúncias sejam investigadas. E pondera que atitudes açodadas como essa não honram o idealismo de Milton Vianna, fundador da Faculdade de Direito de Curitiba, embrião do Unicuritiba, cuja sensibilidade social e política fez com que ousasse oferecer na década de 50 curso noturno de Direito como alternativa para aqueles que gostariam de tornar-se advogados, mas não podiam frequentar o curso matutino da Universidade Federal do Paraná, único disponível à época.
Tampouco honram a tradição de apreço da Unicuritiba pelo ideário democrático e pelo respeito aos direitos e garantias individuais. Quem foi professor ou aluno da FDC nos tempos que antecederam a promulgação da Constituição Cidadã de 1988 certamente participou das diversas câmaras de discussão em que eram debatidas e elaboradas sugestões que foram encaminhadas aos deputados e senadores constituintes.
Por certo a subscritora da polêmica nota já deve ter recebido um merecido puxão de orelha de algum integrante da família Vianna, que mesmo à distância, mantém o cuidado de evitar desvios de conduta como esse!
Aguardemos as próximas notícias. As investigações que certamente ocorrerão permitirão uma avaliação mais precisa da conduta diante da História dos protagonistas dos vazamentos do The Intercept.
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