Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana
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Curitiba, 25 de abril de 2024.
 
Professores da Positivo “convidados” para trabalhar de graça nos NDEs

O Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana – Sinpes recebeu denúncia de que os professores da Universidade Positivo que atuam nos NDE’s não receberão mais remuneração de horas semanais para participar dos trabalhos. O NDE é o Núcleo Docente Estruturante, e se configura num colegiado constituído de docentes com atribuições acadêmicas de acompanhamento das atividades pedagógicas.

Ele atua no processo de concepção, consolidação e contínua atualização do Projeto pedagógico de um curso de Graduação.

Segundo a denúncia encaminhada ao Sinpes, a UP avisou que vai remunerar estes docentes por “carta convite” e por “trabalho a ser realizado”. Entretanto, não se justifica a alteração da sistemática de remuneração já que a atuação dos docentes nos NDEs não tem conotação eventual. Alguns coordenadores já estão pedindo aos professores e professoras que acessem pastas, assistam vídeos e analisem documentos como forma de se preparar para a primeira reunião neste “novo formato”, sem esclarecer a extensão da remuneração dos docentes por este trabalho. Além da alteração contratual contrariar o artigo 468 da CLT, que reputa nulas modificações que causem prejuízos aos trabalhadores.

Circula entre os professores a preocupação no sentido de que tais atividades tornem-se um trabalho predominantemente gratuito, o que reforça a ilicitude patronal.

Este é mais um capítulo da sanha amargada pelos professores da Unipositivo depois de sua aquisição pela Cruzeiro do Sul na Universidade Positivo. No mês de julho a UP protagonizou uma demissão em massa de professoras e professores.

Agora, os desmandos da mercantilização do ensino recaem sobre aqueles que ainda lecionam na instituição. Além dessa nova sistemática de pagamento dos NDEs os professores que prestam serviços sob o regime de dedicação integral foram surpreendidos com a redução de 25% de sua remuneração, a que tiveram de aquiescer por razões óbvias.

Situações como essas certamente inspiraram a Professora Carolina Gonçalves a solicitar seu afastamento da Coordenação do Curso de Medicina e redigir carta de despedida comovente que bem retrata o estado de ânimo que permeia os professores que permanecem na Universidade Positivo.

O Sinpes entrou em contato com a Universidade Positivo, como sempre fez, na tentativa de dar oportunidade para que a Instituição forneça sua versão dos fatos. O Sindicato contatou a Assessoria de Imprensa da UP, já que os fatos trazidos estão sendo divulgados por meio de texto jornalístico nos canais de comunicação do Sinpes. A Assessoria da Universidade Positivo, por sua vez, respondeu com a seguinte nota:

“A Universidade Positivo informa que, questionamentos oficiais de sindicatos devem ser feitos ao departamento responsável na instituição. A assessoria de imprensa é responsável apenas ao atendimento à imprensa. Em relação ao referido questionamento, a IES não foi oficialmente abordada pelo Sinpes”.

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