A maciça adesão ao Novo Plano de Cargos e Carreiras proposto pela PUC-PR, que teria atingido o percentual de 90% dos professores da instituição e à dispendiosa arbitragem promovida pela CANATRA, reflete claramente os efeitos da coação promovida pelas autoridades universitárias contra os professores, aproveitando-se do clima de insegurança e de recessão que atravessa o país e do temor representado pelas diversas despedidas coletivas promovida pelos maristas antes do processo de “opção”.
Outro vício que macula a constrangedora “adesão” em massa chama-se dolo subjetivo, que é quando uma parte, aproveitando-se da premente necessidade da outra, impõe-lhe condições contratuais francamente desfavoráveis.
O Sinpes vê com otimismo o índice obtido a fórceps pela PUCPR. Só mesmo a intensa coação vivenciada pelos professores explica a “adesão” de mais do dobro dos professores que votaram inicialmente a favor das mudanças (cerca de 33,16% do total dos docentes). A intensa pressão sofrida ´pelos professores é a única explicação plausível para a “opção” por um plano que desmantela direitos históricos dos docentes sem qualquer contrapartida atraente.
A tentativa de transformar o debate proposto pelo Sinpes no principal campus da universidade com transmissão direta para todos em uma reunião a ser realizada no Instituto de Engenharia sem possibilidade de gravação de imagem e de som com seis participantes escolhidos pela PUCPR e seis escolhidos pelo Sinpes (ao contrário do palco oferecido ao Presidente da CANATRA por razões óbvias) é mais uma demonstração veemente da ausência de disponibilidade para com o diálogo e o debate livre de ideias, que contamina o processo.
Como última tentativa de desmontar pela salutar via da negociação a armadilha preparada contra os direitos trabalhistas dos professores da PUCPR o Sinpes proporá a mediação do impasse ao Ministério Público do Trabalho.
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