16/02/2023
Foto: ANSA
O Papa Francisco, de maneira recorrente, tem expressado seu reconhecimento acerca da importância do movimento sindical. Em dezembro de 2022 assim se expressou: “Os sindicatos são chamados a serem a voz de quem não tem voz”, durante encontro com 6 mil lideranças e trabalhadores ligados à Confederação Geral Italiana do Trabalho.
A primeira vez que o Papa destacou a importância dos sindicatos foi em 2017, ao receber representantes da mesma entidade. “Não existe uma boa sociedade sem um bom sindicato – e não há um bom sindicato que não renasça todos os dias nas periferias”, afirmou na ocasião. Agora, cinco anos depois, o líder religioso renovou seu apoio às lutas sindicais. “Não há sindicato sem trabalhadores e não há trabalhadores livres sem sindicatos”, enfatizou.
Para Francisco, três preocupações sobressaem hoje no mundo do trabalho. A primeira delas é com a segurança dos trabalhadores. “Cada morte no trabalho é uma derrota para toda a sociedade. Não permitamos que ponham o lucro e a pessoa no mesmo patamar”, afirmou. A segunda é com a exploração do trabalhador. O papa criticou tanto o trabalho precário quanto o análogo à escravidão, além das jornadas exaustivas: “Há pessoas que, apesar de terem um emprego, não conseguem sustentar suas famílias e ter esperança no futuro”, salientou. E, a terceira é com a situação dos jovens e das mulheres. De acordo com ele, a juventude é submetida cada vez mais a contratos de trabalho “precários, inadequados e escravizantes”.
O discurso do Santo Padre, no entanto, não tem sensibilizado o Grupo Marista, entidade de bases católicas que têm obtido dividendos materiais e espirituais da denominação de Pontifícia da Instituição de Ensino Superior que mantém no Estado do Paraná.
Avessos ao discurso do Sumo Pontífice, com o propósito inequívoco de constranger seus professores e fragilizar as entidades sindicais, os Maristas insistem em exigir dos professores burocrática manifestação expressa autorizando o desconto da contribuição negocial em favor do SINPES. Isso apesar de terem assumido compromisso de prestigiar a autorização de desconto e repasse dos valores respectivos com direito de oposição, oriunda de assembleia geral para a qual foram convocados todos os interessados.
O Sinpes recorda que por praticar atos bem menos gravosos à coletividade a Universidade do Peru perdeu seus títulos de “Pontifícia” e “Católica”. Segundo notícia extraída do endereço eletrônico https://www.dgabc.com.br/Noticia/48038/vaticano-tira-carater-pontificio-e-catolico-da-puc-peru a reação da Santa Sé “decorreu de decreto do Secretário de Estado Tarcísio Bertone, o número dois do Vaticano” e foi tomada porque em setembro de 2011 “o arcebispo de Lima, cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, identificou diferenças ideológicas entre professores e alunos em relação às posições da Igreja.”
O Sinpes estuda encaminhar denúncias ao Santo Padre acerca dessa e de outras atitudes antissindicais perpetradas pelo Grupo Marista, questionando as denominações de Pontifícia e Católica obtidas pela PUCPR.
O sindicato entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da PUC-PR pedindo uma nota sobre a posição da universidade frente à Contribuição Negocial. Mas até a publicação deste texto a PUC não tinha se manifestado.
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