19/11/2021
A Cruzeiro do Sul não paga mais transporte para seus trabalhadores/as quando eles precisam transitar entre os Campi da Universidade Positivo. A denúncia encaminhada ao Sinpes revela que, se um trabalhador/a precisar ir do Ecoville ao Campus da Osório, por exemplo, o valor do deslocamento (gasolina ou carro de aplicativos) será por conta desse profissional, seja ele professor/a ou exerça outra função qualquer.
Acontecem, segundo a denúncia, reuniões recorrentes em diferentes Campi da Positivo e docentes precisam participar delas deslocando-se constantemente. A Positivo arcava com os custos. Porém, a Cruzeiro do Sul Educacional, que comprou a universidade no final de 2019, não cobre mais os valores, onerando assim seus trabalhadores/as.
O Sinpes também foi informado que convênios com estacionamentos serão extintos pela Cruzeiro do Sul e professores, professoras e outros profissionais que trabalham na Positivo arcarão com mais este custo.
O Sinpes lamenta a mesquinhez do grupo educacional. Segundo informações dos sites Investing.com e Mercado News a Cruzeiro do Sul Educacional reportou lucro líquido ajustado de R$ 91,3 milhões no quarto trimestre de 2020. A cifra representa uma alta de 72,7% sobre o mesmo período de 2019. No acumulado de 2020, o lucro teria somado R$ 177,2 milhões, com crescimento de 4,3% sobre o ano retrasado. De outubro a dezembro, a receita líquida totalizou R$ 469,5 milhões, com alta de 28,7% sobre o mesmo período do ano anterior.
O que acontece na Universidade Positivo – trabalhadores/as sendo onerados com custos de deslocamento para realizar seu trabalho – é um retrato fiel da mercantilização do ensino superior. Sacrificam-se os trabalhadores e o bom ambiente organizacional em troca de um lucro milionário, o que representa evidente tiro no pé.
O Sinpes entrou em contato com a assessoria de imprensa da Cruzeiro do Sul pedindo uma nota de esclarecimento sobre as denúncias trazidas nesta matéria, mas até a publicação o sindicato não tinha recebido resposta.
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