Professor do Ensino Superior:
Concluída a ressaca cívica do impeachment, chegou a hora da FIESP e seus aliados, dos grandes conglomerados de imprensa e dos grupos conservadores que se aglutinaram para promover a maior reviravolta política porque passou o país desde o golpe de 64 mandarem a fatura para o Governo Temer. E nessa conta está o arrocho salarial, a terceirização já aprovada pela Câmara dos Deputados sob a batuta de Eduardo Cunha, a flexibilização dos direitos trabalhistas e das garantias individuais, o aumento de impostos pagos pelas classes média e baixa, a pulverização dos direitos previdenciários e a fragilização das prerrogativas sindicais!
Regulamentar o imposto sobre grandes fortunas para coibir o déficit fiscal, nem pensar!
Resultado da incompetência, da ingenuidade e da desmoralização de setores da esquerda, que acharam que poderiam manter-se no poder utilizando-se dos meios tradicionais de financiamento eleitoral e da habilidade dos setores conservadores que souberam instrumentalizar o velho moralismo udenista em favor do retrocesso social, os tempos que se avizinham sinalizam significativa concentração de rendas em favor do Capital sob os olhos atônitos da classe trabalhadora.
Embalado por essa tendência, o SINEPE, sindicato representativo das instituições de ensino superior não se fez de rogado. Formulou proposta inusitada de “recomposição salarial”: incidência de índice de 8% sobre os salários praticados no mês de fevereiro de 2015, retroativo ao mês de fevereiro de 2016 e recomposição integral do INPC somente no mês de julho de 2016 (11,31% sobre os salários praticados em fevereiro de 2015).
O SINPROPAR, que representa os professores de ensino fundamental e médio em Curitiba e na região metropolitana e o SAEPAR, porta-voz dos empregados não docentes já embarcaram na onda dos 8% sem maiores discussões com seus representados. Influenciados pelo marketing de penúria e esperteza adotado pelas instituições de ensino em todo o Brasil, diversos sindicatos de professores e de auxiliares de administração escolar subscreveram esses reajustes diferenciados, alguns deles estabelecendo majoração salarial retroativa ao mês de março de 2016 de apenas 6%, e INPC integral somente a partir de agosto de 2016.
O SINPES ousa posicionar-se contra esta maré conservadora e, estimulado pelos sinais exteriores de riqueza que continuam sendo ostentados pelas instituições de ensino superior apesar da crise (alguém não ouviu falar do “Dubai”, o prédio megalomaníaco que a FAE construiu em frente ao Colégio Bom Jesus?), convoca a categoria dos professores do ensino superior para mobilizar-se contra o arrocho salarial.
Instituições de Ensino de médio porte com clientela de baixo poder aquisitivo como as Faculdades Santa Cruz desmentem os tubarões do ensino que comandam o SINEPE concedendo por sua conta e risco reajuste salarial de 11% a partir de fevereiro de 2016. Esse fato reforça a disposição pela luta contra os 8% oferecidos pelo SINEPE.
Professores de Ensino Superior, compareçam à Assembleia Geral da Categoria, a ser realizada no dia 17 de setembro de 2016, no Hotel Roochele às 11h00min na Rua Tibagi, 307, para que possamos dar um basta ao salário de fome proposto pelo SINEPE!
Todos à assembleia contra o reajuste pífio de 8% oferecido pelos patrões e pela reposição integral da inflação e das históricas defasagens sofridas pelos professores do ensino superior nos últimos tempos!
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