Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana
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Curitiba, 21 de novembro de 2024.
 
ÂNIMA/UNICURITIBA: AUTORITARISMO, DESRESPEITO À ORDEM JUDICIAL E INDEFINIÇÃO QUANTO AO INÍCIO DO SEGUNDO SEMESTRE LETIVO

O Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (SINPES), na condição de representante legal dos professores do Ânima/UniCuritiba, vem denunciar a postura antidemocrática, rigorosamente incompatível com a gestão de instituições educacionais, praticada pelos atuais proprietários do UniCuritiba.

Depois da compra do UniCuritiba no início de 2020, o Grupo Ânima vem tentando, de maneira agressiva e autoritária, promover mudanças radicais na estrutura curricular de todos os cursos da instituição, dentre as quais destaca-se a implantação de uma nova grade curricular baseada em Unidades Curriculares. O projeto, reconhecidamente de natureza empresarial, atenta contra a qualidade de ensino e não foi submetido ao debate com o corpo docente através do seu sindicato representativo ou discente do UniCuritiba, nem submetido à aprovação do CONSEPE (Conselho De Ensino, Pesquisa e Extensão).

No dia 01/07/2020 os coletivos de representação dos alunos do UniCuritiba (Centro Acadêmico de Relações Internacionais – CARI, Centro Acadêmico Clotário Portugal – DACP e o Diretório Central dos Estudantes – DCE) obtiveram uma liminar junto a 18ª Vara Cívil impedindo que o Ânima implementasse as mudanças curriculares então planejadas.

No dia 02/07/2020, o SINPES reuniu-se em audiência pública no MPT com os advogados do Ânima e reivindicou aos proprietários do UniCuritiba que colocassem o projeto das mudanças curriculares em debate com os aluno e professores da referida instituição, esses últimos representados pelo SINPES. Essa reivindicação e outras mais foram posteriormente encaminhadas à Reitoria do UniCuritiba e aos diretores do Grupo Ânima sem jamais terem sido apreciadas, numa demonstração clara de indisposição para construção de um projeto acadêmico.

Em 07/08/2020, o Desembargador Robson Marques Cury indeferiu pretensão liminar do Grupo Ânima, com o objetivo de cassar a liminar que o impedia de implementar unilateralmente as mudanças curriculares desejadas.
A mudança da grade, já a partir do segundo semestre de 2020, era uma das pretensões do Grupo Ânima, que comprou a Unicuritiba e a UniSociesc em 2019. Na intenção de fortalecer a iniciativa movida pelos alunos, o Sinpes entrou na ação como “amicus curiae” para fortalecer a luta e ajudar a manter a decisão judicial.

Agora, os estudantes acusam o Grupo Ânima de descumprir a medida e sorrateiramente implementar as Unidades Curriculares no âmbito da antiga UniSociesc. Segundo os alunos, desde maio o UniSociesc foi integrado ao UniCuritiba, como divulgado pela mídia. Tanto a ação ajuizada quanto a liminar em favor dos alunos são posteriores e tem como objeto beneficiar a totalidade dos alunos da Unicuritiba. Como agora as duas antigas instituições de ensino transformaram-se em uma coisa só – tudo é Ânima/UniCuritiba, não há razão plausível para tratamento discriminatório.

Os acadêmicos também denunciam que existe um áudio da coordenadora dos cursos da área de saúde no sentido de que os alunos deveriam matricular-se nas polêmicas Unidades Curriculares. Além disso, destacam os estudantes, que o Unicuritiba excluiu da “área do aluno” (Ulife) e de demais acessos virtuais, a matriz curricular antiga, de modo a impedir a comparação com a nova matriz (agora sob a forma de Unidades Curriculares).
No dia 12/08/2020, em razão do desrespeito do Grupo Ânima às decisões judiciais de primeira e segunda instância, a Justiça aumentou a multa pelo descumprimento das determinações judiciais e obrigou o Ânima a reiniciar o segundo semestre letivo de 2020 na data de 17/08/2020. Vale dizer que o Ânima/UniCuritiba já havia adiado o reinício das aulas na tentativa de impor autoritariamente seu projeto empresarial àquela comunidade acadêmica, como demonstra as muitas denúncias, recebidas pelo SINPES, de professores que – contra as determinações judiciais – continuavam escalados para ministrarem as aulas das Unidades Curriculare

Direção do Sinpes